Governo Federal lança campanha para doação de órgãos
O Ministério da Saúde lançou no dia 17 de setembro, no Rio de
Janeiro, a Campanha Nacional de Doação de Órgãos. A iniciativa marca o
mês em comemoração ao Dia Nacional da Doação de Órgãos, celebrado no dia
27, e faz parte ainda do “Setembro Verde”, instituído pela lei nº
15.463/14 como o mês de incentivo à doação de órgãos.
O objetivo da campanha é estimular cada vez mais pessoas a serem
doadoras e garantir que o Brasil alcance anualmente a meta de 14,4
doadores por milhão. No primeiro semestre de 2016, o país bateu recorde
ao registrar 1.438 doadores, um aumento de 7,4% em relação ao mesmo
período do ano passado. Com o resultado, o Brasil está muito perto de
alcançar a meta: hoje o índice está em 14 pessoas por milhão.
Além disso, as doações de órgãos permitiram que 12.091
transplantes fossem realizados entre janeiro e julho deste ano. As
operações de órgãos mais complexos, incluindo pulmão, fígado e coração,
cresceram 31%, 6% e 7%, respectivamente, na comparação com o mesmo
período de 2015. Vale destacar ainda que, atualmente, 89% dos
transplantes de órgãos sólidos são realizados pelo SUS, o que torna o
país referência mundial neste campo.
Porém, ainda que tenhamos avançado neste segmento nos últimos
anos, 44% das famílias brasileiras rejeitam a ideia de doar os órgãos de
um parente que recebeu o diagnóstico de morte encefálica. No Brasil, a
autorização para a doação é concedida pelos familiares, o que reforça a
importância de comunicá-los sobre a decisão de ser um doador. Mesmo com o alto índice de rejeição, o
Brasil possui a menor taxa de recusa entre os quatro maiores países
transplantadores da América do Sul, entre eles Argentina (49%), Uruguai
(47%) e Chile (52%). Veja abaixo quais são os requisitos necessários para ser um doador em
vida e após a morte. As informações são do Ministério da Saúde.
Principais requisitos
– Ter identificação e registro hospitalar.
– Ter a causa do coma estabelecida e conhecida.
– Não apresentar hipotermia (temperatura do corpo inferior a 35ºC),
hipotensão arterial ou estar sob efeitos de drogas depressoras do
Sistema Nervoso Central
– Passar por dois exames neurológicos que avaliem o estado do tronco
cerebral. Esses exames devem ser realizados por dois médicos não
participantes das equipes de captação e de transplante.
– Ser submetido a exame complementar que comprove a morte encefálica,
caracterizada pela ausência de fluxo sanguíneo em quantidade necessária
no cérebro, além de inatividade elétrica e metabólica cerebral.
– Estar comprovada a morte encefálica. Nessa situação o cérebro está
morto, tornando a parada cardíaca inevitável. Apesar de ainda haver
batimentos cardíacos, que vão durar apenas algumas horas, o paciente não
pode mais respirar sem os aparelhos.
- Necessária autorização da família. Pela legislação brasileira, a
retirada de órgãos e tecidos de pessoas mortas só pode acontecer após a
autorização dos familiares. Por isso, quem tem interesse em doar órgãos
deve manter a família avisada.
– O passo principal para você se tornar um doador é conversar com a sua
família e deixar bem claro o seu desejo. Não é necessário deixar nada
por escrito. Porém, os familiares devem se comprometer a autorizar a
doação por escrito após a morte.
Órgãos que podem ser doados após morte cerebral
Órgãos que podem ser doados após morte cerebral
– Córneas (retiradas do doador até seis horas depois da parada cardíaca e mantidas fora do corpo por até sete dias)
– Coração (retirado do doador antes da parada cardíaca e mantido fora do corpo por no máximo seis horas)
– Pulmão (retirados do doador antes da parada cardíaca e mantidos fora do corpo por no máximo seis horas)
– Rins (retirados do doador até 30 minutos após a parada cardíaca e mantidos fora do corpo até 48 horas)
– Fígado (retirado do doador antes da parada cardíaca e mantido fora do corpo por no máximo 24 horas)
– Pâncreas (retirado do doador antes da parada cardíaca e mantido fora do corpo por no máximo 24 horas)
– Ossos (retirados do doador até seis horas depois da parada cardíaca e mantidos fora do corpo por até cinco anos)
– Medula óssea (se compatível, feita por meio de aspiração óssea ou coleta de sangue)
– Pele.
– Válvulas cardíacas
Para doar órgãos em vida
A compatibilidade sanguínea é primordial em todos os casos. Há
também testes especiais para selecionar o doador que apresenta maior
chance de sucesso. Os doadores vivos são aqueles que doam um órgão duplo
como o rim, uma parte do fígado, pâncreas ou pulmão, ou um tecido como a
medula óssea, para que se possa ser transplantado em alguém de sua
família ou amigo. Este tipo de doação só acontece se não representar
nenhum problema de saúde para a pessoa que doa. Ser um cidadão juridicamente capaz;
- Estar em condições de doar o órgão ou tecido sem comprometer a saúde e aptidões vitais;
- Apresentar condições adequadas de saúde, avaliadas por um médico que
afaste a possibilidade de existir doenças que comprometam a saúde
durante e após a doação;
- Querer doar um órgão ou tecido que seja duplo, como o rim, e não
impeça o organismo do doador continuar funcionando; " Ter um receptor
com indicação terapêutica indispensável de transplante; e
- Ser parente de até quarto grau ou cônjuge. No caso de não parentes, a doação só poderá ser feita com autorização judicial.
Órgãos e tecidos que podem ser doados em vida:
- Rim;
- Pâncreas;
- Medula óssea (se compatível, feita por meio de aspiração óssea ou coleta de sangue);
- Fígado (apenas parte dele, em torno de 70%); e
- Pulmão (apenas parte dele, em situações excepcionais)
Quem não pode doar?
- Pacientes portadores de insuficiência renal, hepática, cardíaca, pulmonar, pancreática e medular;
- Portadores de doenças contagiosas transmissíveis por transplante, como
soropositivos para HIV, doença de Chagas, hepatite B e C, além de todas
as demais contraindicações utilizadas para a doação de sangue e
hemoderivados;
- Pacientes com infecção generalizada ou insuficiência de múltiplos órgãos e sistemas; e
- Pessoas com tumores malignos - com exceção daqueles restritos ao
sistema nervoso central, carcinoma basocelular e câncer de útero - e
doenças degenerativas crônicas.
Os potenciais doadores são identificados principalmente pelas
centrais estaduais de transplantes, que em geral são avisadas pelos
hospitais em que os pacientes estão internados de que aquele se trata de
um caso de morte encefálica. Essas centrais fazem o encaminhamento para
que os órgãos e tecidos sejam doados e cheguem até o receptor. fonte[http://noticias.r7.com].adote.org.br]imagem[.novoclique.com.br]