Esclerose múltipla (EM), ou esclerose em placas também designada por "esclerose disseminada", é uma doença desmielinizante de etiologia ainda desconhecida, caracterizada por uma reacção inflamatória na qual são danificadas as bainhas de mielina que envolvem os axónios dos neurónios cerebrais e medulares, levando à sua desmielinização e ao aparecimento de um vasto quadro de sinais e sintomas.[1] A doença manifesta-se geralmente em jovens adultos e é mais frequente em mulheres numa razão de cerca de 3:1.[1] A sua prevalência
varia consoante a situação geográfica estudada, entre 2 e mais de 150
casos em cada 100 000 indivíduos, nos países tropicais e nos países
nórdicos respetivamente .[2][3] A EM foi descrita pela primeira vez em 1868 por Jean-Martin Charcot.[4]
Devido a esta desmielinização, a EM afecta a capacidade das células
nervosas do cérebro e da medula espinhal comunicarem entre si de forma
eficaz. As células nervosas comunicam entre si através da transmissão de
impulsos eléctricos, designados por potenciais de acção, ao longo dos seus filamentos extensos designados por axónios, os quais estão envolvidos por uma substância isolante chamada mielina. Na EM, o próprio sistema imunitário
do corpo ataca e destrói a mielina. Uma vez destruída, os axónios
deixam de poder transmitir o potencial de acção de um neurônio ao neurônio seguinte ficando assim a condução do estímulo nervoso
interrompida.[5] O termo "esclerose múltipla" é uma referência às lesões, ou esclerose, que ocorrem sobretudo na substância branca do cérebro, cerebelo e medula espinhal, que é constituída principalmente por fibras nervosas revestidas de mielina.[4]
Embora sejam plenamente conhecidos os mecanismos envolvidos no
desenvolvimento da doença, a causa é ainda desconhecida. As teorias
plausíveis inclinam-se para uma causa genética, infecciosa ou muito provavelmente imunológica. Também foram identificados alguns factores de risco ambientais.[5][6][7]
A doença pode manifestar-se através de praticamente qualquer sintoma
neurológico, dependente da localização da placa de desmielinização, e
frequentemente evolui com a perda de capacidades físicas e cognitivas.[5]
A EM pode assumir várias formas, e cada novo sintoma pode ocorrer em
ataques discretos e isolados (forma recrudescente) ou os sintomas
podem-se ir acumulando ao longo do tempo (forma progressiva).[8] Entre cada ataque, a sintomatologia pode desaparecer por completo, embora normalmente se verifiquem sequelas neurológicas permanentes, sobretudo à medida que a doença progride.[8]
Não se conhece uma cura eficaz contra a esclerose múltipla. O
tratamento baseia-se na tentativa de melhoria das funções fisiológicas
comprometidas depois de um ataque, na prevenção de novos episódios e na
prevenção da degenerescência .[5]
A medicação para a EM pode apresentar vários efeitos colaterais e mesmo
ser mal tolerada pelo organismo, o que leva a que muitas pessoas
procurem tratamentos alternativos, apesar da falta de evidências
científicas que os confirmem. É difícil obter um prognóstico
preciso; depende do sub-tipo da doença, da característica individual da
doença, dos sintomas iniciais e do grau de degenerescência que o
indivíduo apresenta à medida que a doença progride.[9] A esperança de vida em doentes de EM é de cerca de cinco a dez anos inferior à restante população fonte[Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. imagem [ da internet]
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