O número de doadores de órgãos no Brasil cresce cada dia e, com ele, o
índice de transplantes realizados no país. Atualmente, o programa
público nacional de transplantes de órgãos e tecidos é um dos maiores do
mundo. Para ser doador, não é necessário deixar documento por escrito.
Cabe aos familiares autorizar a retirada, após a constatação da morte
encefálica. Neste quadro, não há mais funções vitais e a parada cardíaca
é inevitável.
Embora ainda haja batimentos cardíacos, a pessoa com morte cerebral
não pode respirar sem ajuda de aparelhos. O processo de retirada dos
órgãos pode ser acompanhado por um médico de confiança da família. É
fundamental que os órgãos sejam aproveitados enquanto há circulação
sanguínea para irrigá-los. Mas se o coração parar, somente as córneas
poderão ser aproveitadas.
Quando um doador efetivo é reconhecido, as centrais de transplantes
das secretarias estaduais de saúde são comunicadas. Apenas elas têm
acesso aos cadastros técnicos de pessoas que estão na fila. Além da
ordem da lista, a escolha do receptor será definida pelos exames de
compatibilidade com o doador. Por isso, nem sempre o primeiro da fila é o
próximo a ser beneficiado. As centrais controlam todo o processo,
coibindo o comércio ilegal de órgãos.
A doação é regida pela
Lei nº 9.434/97.
É ela quem define, por exemplo, que a retirada de órgãos e tecidos de
pessoas mortas só pode ser realizada se precedida de diagnóstico de
morte cerebral constatada por dois médicos e sob autorização de cônjuge
ou parente
Para ser doador é preciso:
• Ter identificação e registro hospitalar;
• Ter a causa do coma estabelecida e conhecida;
• Não apresentar hipotermia (temperatura do corpo inferior a 35ºC),
hipotensão arterial ou estar sob efeitos de drogas depressoras do
Sistema Nervoso Central;
• Passar por dois exames neurológicos que avaliem o estado do tronco
cerebral. Esses exames devem ser realizados por dois médicos não
participantes das equipes de captação e de transplante;
• Submeter o paciente a exame complementar que demonstre morte
encefálica, caracterizada pela ausência de fluxo sangüíneo em quantidade
necessária no cérebro, além de inatividade elétrica e metabólica
cerebral;
• Estar comprovada a morte encefálica. Situação bem diferente do
coma, quando as células do cérebro estão vivas, respirando e se
alimentando, mesmo que com dificuldade ou um pouco debilitadas.
Observação: Após diagnosticada a morte encefálica, o médico do
paciente, da Unidade de Terapia Intensiva ou da equipe de captação de
órgãos deve informar de forma clara e objetiva que a pessoa está morta e
que, nesta situação, os órgãos podem ser doados para transplante.
Quais órgãos podem ser doados?
• Coração (retirado do doador antes da parada cardíaca e mantido fora do corpo por no máximo seis horas);
• Pulmões (retirados do doador antes da parada cardíaca e mantidos fora do corpo por no máximo seis horas);
• Rins (retirados do doador até 30 minutos após a parada cardíaca e mantidos fora do corpo até 48 horas);
• Fígado (retirado do doador antes da parada cardíaca e mantido fora do corpo por no máximo 24 horas);
• Pâncreas (retirado do doador antes da parada cardíaca e mantido fora do corpo por no máximo 24 horas);
• Valvas Cardíacas
Quais tecidos podem ser doados?
• Córneas (retiradas do doador até seis horas depois da parada cardíaca e mantidas fora do corpo por até sete dias);
• Medula óssea (se compatível, feita por meio de aspiração óssea ou coleta de sangue);
• Pele (retirada do doador até seis horas depois da parada cardíaca);
• Cartilagem (retirada do doador até seis horas depois da parada cardíaca);
• Ossos (retirados do doador até seis horas depois da parada cardíaca e mantidos fora do corpo por até cinco anos);
• Sangue
Doadores vivos
A doação de órgãos também pode ser feita em vida para algum membro da
família ou amigo, após avaliação clínica da pessoa. Nesse caso, a
compatibilidade sangüínea é primordial e não pode haver qualquer risco
para o doador. Os órgãos e tecidos que podem ser retirados em vida são
rim, pâncreas, parte do fígado, parte do pulmão, medula óssea e pele.
Para doar é necessário:
• Ser um cidadão juridicamente capaz (maior de 18 anos ou menor de
idade antecipado, com condições de saúde que não comprometam a
manifestação válida da sua vontade);
• Estar em condições de doar o órgão ou tecido sem comprometer a saúde e aptidões vitais;
• Apresentar condições adequadas de saúde, avaliadas por um médico
que afaste a possibilidade de existir doenças que comprometam a saúde
durante e após a doação;
• Querer doar um órgão ou tecido que seja duplo, como o rim, e não impeça o organismo do doador continuar funcionando;
• Ter um receptor com indicação terapêutica indispensável de transplante
• Ser parente de até quarto grau ou cônjuge. No caso de não parentes, a doação só poderá ser feita com autorização judicial.
Quem não pode doar?
• Pacientes portadores de doenças que comprometam o funcionamento do Portadores de doenças contagiosas transmissíveis por transplante,
como soropositivos para HIV, doença de Chagas, hepatite B e C, além de
todas as demais contraindicações utilizadas para a doação de sangue e
hemoderivados;
• Pacientes com infecção generalizada ou insuficiência de múltiplos órgãos e sistemas;
• Pessoas com tumores malignos - com exceção daqueles restritos ao
sistema nervoso central, carcinoma basocelular e câncer de útero - e
doenças degenerativas crônicas. fonte [.brasil.gov.br/saude]imagem reproduzida da internet
s
órgãos e tecidos doados, como insuficiência renal, hepática, cardíaca,
pulmonar, pancreática e medular;