A chegada do inverno acende um sinal de alerta para doenças respiratórias, como a gripe. Pensando nisso, o Ministério da Saúde lançou nesta quinta-feira (30) a Campanha de Vacinação contra a Gripe para 2015. A ação, que terá início no dia 4 de maio, disponibilizará 54 milhões de doses para a imunização de 49,7 milhões de brasileiros que fazem parte do grupo prioritário por ter maior risco de complicações por conta da doença. A meta é garantir a vacinação de 80% do público-alvo, 39,7 milhões de pessoas, até o fim da campanha, em 22 de maio.
A vacina disponibilizada pelo Ministério
da Saúde protegerá a população contra os três subtipos do vírus da
gripe determinados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para este ano
(A/H1N1; A/H3N2 e influenza B). O público-alvo da campanha é formado
por crianças de seis meses a menores de cinco anos; pessoas com 60 anos
ou mais; trabalhadores da saúde; povos indígenas; gestantes; puérperas
(mulheres até 45 dias após o parto); população privada de liberdade; e
os funcionários do sistema prisional.
Também serão vacinadas pessoas
portadoras de doenças crônicas não-transmissíveis ou com outras
condições clínicas especiais. A definição dos grupos prioritários segue a
recomendação da Organização Mundial de Saúde, além de ser respaldada
por estudos epidemiológicos e pela observação do comportamento das
infecções respiratórias, cujo principal agente os vírus da gripe. São
priorizados os grupos mais suscetíveis ao agravamento de doenças
respiratórias.
“O nosso objetivo com a Campanha de
Vacinação é reduzir ao máximo as complicações causadas pela gripe. A
vacina que oferecemos no SUS é muito segura e é fundamental para evitar
internações, além de reduzir em até 75% o número de óbitos. Por isso,
esta mobilização nacional se mostra decisiva para garantir a proteção da
população mais vulnerável aos vários tipos de gripe presente no país",
informou o ministro da Saúde, Arthur Chioro.
A vacina contra influenza é segura e uma
das medidas mais eficazes de prevenção a complicações e casos graves de
gripe. Estudos demonstram que a vacinação pode reduzir entre 32% e 45% o
número de hospitalizações por pneumonias e de 39% a 75% a mortalidade
por complicações da influenza.
Como o organismo leva, em média, de duas
a três semanas para criar os anticorpos que geram proteção contra a
gripe após a vacinação, é fundamental realizar a imunização no período
da campanha para garantir a proteção antes do início do inverno. O
período de maior circulação da gripe vai de final de maio a agosto.
Para a ação, estão sendo mobilizados em
todo o país 240 mil profissionais, que atuarão em 65 mil postos de
vacinação e contarão com o apoio de 27 mil veículos (terrestres,
marítimos e fluviais). É importante levar o cartão de vacinação e o
documento de identificação para receber a dose. As pessoas com doenças
crônicas ou com outras condições clínicas especiais também precisam
apresentar prescrição médica especificando o motivo da indicação da
vacina.
Segundo a coordenadora do Programa
Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, Carla Domingues, a meta
de vacinação de 2014 foi alcançada, atingindo 86,7% do público-alvo. "É
muito importante que este ano também consigamos alcançar esta meta de
vacinar 80% de cada grupo prioritário", destacou.
Pacientes cadastrados em programas de
controle das doenças crônicas do Sistema Único de Saúde deverão se
dirigir aos postos em que estão registrados para receberem a dose, sem
necessidade de prescrição médica.
CAMPANHA – A 17ª
Campanha Nacional de Vacinação Contra a Gripe terá como Slogan “Contra a
gripe, seu escudo é a vacinação” e reforça o conceito de proteção, além
de explorar a imagem do escudo empunhado pelo Zé Gotinha, o
personagem-símbolo da vacinação. Para a ação, que contará com filme para
TV, spot para rádio, anúncio de revista, mobiliário exterior e peças
para o ambiente online, o Ministério da Saúde investirá R$ 10 milhões.
Também está previsto a realização de um
Dia D, no dia 09 de maio, para a mobilização nacional, em parceria com
estados e municípios. As vacinas contra a gripe foram adquiridas por
meio da Parceria para o Desenvolvimento Produtivo (PDP) entre o
Instituto Butantan e o laboratório privado Sanofi. O acordo,
intermediado pelo Ministério da Saúde, permitiu que Instituto Butantan
dominasse todas as etapas de produção da vacina. Foram investidos R$
487,6 milhões na aquisição das doses para a campanha deste ano.
MEDIDAS DE PREVENÇÃO – A
transmissão dos vírus influenza acontece por meio do contato com
secreções das vias respiratórias, eliminadas pela pessoa contaminada ao
falar, tossir ou espirrar. Também ocorre por meio das mãos e objetos
contaminados, quando entram em contato com mucosas (boca, olhos, nariz).
À população em geral, o Ministério da Saúde orienta a adoção de
cuidados simples como medida de prevenção para evitar a doença, como:
lavar as mãos várias vezes ao dia; cobrir o nariz e a boca ao tossir e
espirrar; evitar tocar o rosto e não compartilhar objetos de uso
pessoal.
Em caso de síndrome gripal, deve-se
procurar um serviço de saúde o mais rápido possível. A vacina contra a
gripe não é capaz de eliminar a doença ou impedir a circulação do vírus,
por isso, as medidas de prevenção são muito importantes,
particularmente durante o período de maior circulação viral, entre os
meses de junho e agosto.
Também é importante lembrar que, mesmo
pessoas vacinadas, ao apresentarem os sintomas da gripe - especialmente
se são integrantes de grupos mais vulneráveis às complicações - devem
procurar, imediatamente, o médico. Os sintomas da gripe são: febre,
tosse ou dor na garganta, além de outros, como dor de cabeça, dor
muscular e nas articulações. Já o agravamento pode ser identificado por
falta de ar, febre por mais de três dias, piora de sintomas
gastrointestinais, dor muscular intensa e prostração.
REAÇÕES ADVERSAS – Após
a aplicação da vacina, podem ocorrer, de forma rara, dor no local da
injeção, eritema e enrijecimento. São manifestações consideradas
benignas, cujos efeitos costumam passar em 48 horas. A vacina é
contraindicada para pessoas com história de reação anafilática prévia em
doses anteriores ou para pessoas que tenham alergia grave relacionada a
ovo de galinha e seus derivados. É importante procurar o médico para
mais orientações.
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