Hipertensão arterial é uma
doença crónica determinada por elevados níveis de
pressão sanguínea nas
artérias, o que faz com que o
coração tenha que exercer um esforço maior do que o normal para fazer
circular o sangue através dos
vasos sanguíneos. A pressão sanguínea envolve duas medidas,
sistólica e
diastólica,
referentes ao período em que o músculo cardíaco está contraído
(sistólica) ou relaxado (diastólica). A pressão normal em repouso
situa-se entre os 100 e 140
mmHg para a sistólica e entre 60 e 90 mmHg para a diastólica.
1
Para que os valores sejam confiáveis, a medida deve fazer-se após um
período de repouso de 5 a 10 minutos num ambiente calmo. A largura da
braçadeira
nota 1
deve corresponder a 2/3 do comprimento do braço, com comprimento
suficiente para rodear bem todo o braço envolvendo cerca de 80% deste.
Uma braçadeira muito estreita origina valores falsamente altos e por sua
vez uma larga demais estará na origem de
falsos negativos.
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A hipertensão arterial é um dos principais
factores de risco para a ocorrência do
acidente vascular cerebral, trombolembólico ou hemorrágico,
enfarte agudo do miocárdio,
aneurisma arterial (por exemplo,
aneurisma da aorta),
doença arterial periférica, além de ser uma das causas de
insuficiência renal crónica e
insuficiência cardíaca.
3 Mesmo moderado, o aumento da pressão sanguínea arterial está associado à redução da
esperança de vida.
1 Segundo a
American Heart Association
é a doença crónica que ocasiona o maior número de consultas nos
sistemas de saúde, com um importantíssimo impacto económico e socialA hipertensão foi definida como a pressão sanguínea de valor igual ou superior a 140/90 mmHg para um adulto jovem.
5 Esta definição surgiu após 12 anos de experiência em
350 000 indivíduos de idades compreendidas entre os 18 e os 74 anos corroborados posteriormente pelo estudo JNC7.
3
Levantou-se uma polémica acerca deste valor em virtude de a maioria dos
médicos, cardiologistas ou não, considerar normal o valor de 140 mmHg.
Após um longo consenso, a
OMS
(Organização Mundial de Saúde) juntamente com a Sociedade International
de Hipertensão (ISH), tendo em conta a relação benefício/riscos do
tratamento, fixou os limites em 140/90 mmHg sendo considerados
normotensos
nota 2 todos os indivíduos adultos com uma pressão arterial de 140/90 mmHg.
1
No adulto com mais de 74 anos, (faixa etária não englobada no estudo JNC7)
3 pode-se aceitar um limite de 150/90 mmHg, tendo em conta a rigidez fisiológica da parede arterial.
6 A pseudo-hipertensão entre os idosos é também um factor a considerar. Esta situação deve-se à
calcificação das artérias, o que resulta em níveis de leitura anormalmente elevados no
esfigmomanómetro
enquanto que as medições intra-arteriais são normais. O processo de
endurecimento das paredes arteriais com o envelhecimento é progressivo e
o aumento de pressão arterial sistólica com a idade também será
progressivo sem que isto signifique hipertensão arterial
Sob o ponto de vista de gravidade
A classificação varia consoante estamos perante:
- Adultos
Classificação (JNC7)3 |
Pressão sistólica |
Pressão diastólica |
mmHg |
kPa |
mmHg |
kPa |
Normal |
90–119 |
12–15,9 |
60–79 |
8,0–10,5 |
Pré-hipertensão |
120–139 |
16,0–18,5 |
80–89 |
10,7–11,9 |
Hipertensão de grau I |
140–159 |
18,7–21,2 |
90–99 |
12,0–13,2 |
Hipertensão de grau II |
≥160 |
≥21,3 |
≥100 |
≥13,3 |
Hipertensão sistólica isolada |
≥140 |
≥18,7 |
<90 |
<12,0 |
Existem várias classificações da hipertensão arterial, introduzindo
cada uma delas, pequenas diferenças nos critérios de inclusão de um
determinado valor no grupo hipertensivo.
Assim, segundo a classificação JNC7, em indivíduos de idade igual ou
superior a 18 anos, a hipertensão define-se pela medição regular de
valores de pressão sistólica e/ou diastólica mais altos do que os
valores de referência (actualmente 139 mmHg para a sistólica e 89 mmHg
para a diastólica: ver tabela). No caso de monitorização constante, como
a que possa ser feita em casa ou em ambulatório durante o prazo mínimo
de 24 horas, são usados valores de referência mais baixos (135 mmHg para
a sistólica ou 85 mmHg para a diastólica).
8
Ainda segundo o relatório JNC7, foram criadas categorias inferiores à
hipertensão propriamente dita, chamadas de pré hipertensão, de forma a
melhorar a percepção da existência de um risco contínuo ao longo de
qualquer valor acima do valor de 120 mmHg. A classificação JNC7, de
2003, uma revisão de JNC6 assim como de inúmeras publicações,
3
recorre ao termo pré hipertensão para valores de pressão sanguínea
entre 120 e 139 mmHg para a sistólica e entre 80 e 89 para a diastólica.
Se bem que os limites da pressão diastólica sejam incontestáveis, já os
da pressão sistólica têm sido contestados e o interesse deste conceito
de pré hipertensão não tem sido provado, salvo em grupos com múltiplos fatores de risco.
9
Estes trabalhos, com critérios muitos rígidos e englobando muitos
indivíduos que na realidade se verificou serem normotensos, estiveram na
base da tomada de posição da
OMS
para o estabelecimento dos valores acima dos quais se considera
hipertensão num consenso de avaliação da relação benefício/risco. Por
sua vez, as orientações da ESH-ESC de 200 e da BHS IV de 2004,
11 subdividem os valores de pressão inferiores a 140/90 nas categorias óptimo, normal e normal alta.
Estes trabalhos, com critérios muitos rígidos e englobando muitos
indivíduos que na realidade se verificou serem normotensos, estiveram na
base da tomada de posição da
OMS
para o estabelecimento dos valores acima dos quais se considera
hipertensão num consenso de avaliação da relação benefício/risco. Por
sua vez, as orientações da ESH-ESC de 2007e da BHS IV de 2004, subdividem os valores de pressão inferiores a 140/90 nas categorias óptimo, normal e normal alta.
Sociedade Europeia de Hipertensão
Sociedade Europeia de Cardiologia12 |
Sociedade Brasileira de Cardiologia
Sociedade Brasileira de Hipertensão
Sociedade Brasileira de Nefrologia13 |
Pressão sistólica
(mmHg) |
Pressão diastólica
(mmHg) |
Óptima |
Ótima |
<120 |
<80 |
Normal |
Normal |
120–129 |
80-84 |
Normal alta |
Limítrofe |
130–139 |
85-89 |
Hipertensão de grau I |
Hipertensão estágio I |
140-159 |
90-99 |
Hipertensão de grau II |
Hipertensão estágio II |
160-179 |
100-109 |
Hipertensão de grau III |
Hipertensão estágio III |
≥ 180 |
≥ 110 |
Hipertensão sistólica isolada |
Hipertensão sistólica isolada |
≥ 140 |
< 90 |
A própria hipertensão pode também ser dividida em várias
classificações: a JNC7 distingue a hipertensão de estágio I, II e a
hipertensão sistólica isolada. Esta refere-se à pressão sistólica
elevada, mas com pressão diastólica normal, sendo comum entre os idosos.
3 As orientações ESH-ESC de 2007 e a BHS IV de 2004
11
referem ainda um terceiro estágio (hipertensão de estágio III) para
indivíduos com pressão sistólica acima dos 179 mmHg ou pressão
diastólica acima dos 109 mmHg.
Para concluir, o próprio relatório JNC7 reconhece que a opinião do
médico responsável pelo paciente é que é preponderante na determinação
do valor normal de pressão arterial para esse doente. Existe unanimidade
no que respeita os valores da pressão diastólica que deverão ser
inferiores ou iguais a 90 mmHg em qualquer grupo etário (no idoso, por
exemplo, se uma pressão sistólica de 149 mmHg pode ser considerada
normal, já a diastólica terá que corresponder a um valor igual ou
inferior a 90 mmHg)
- Crianças e adolescentes
A ocorrência de hipertensão em crianças e adolescentes ocorre entre 2 e 9% dos indivíduos, dependendo da idade, sexo e etnia, e
obesidade. Está também associada ao risco de vir a padecer de complicações clínicas a longo prazo.
Hoje em dia, recomenda-se que sejam feitas medições de rotina em
crianças com idade superior a 3 anos, sempre que consultem um médico ou
façam exames, mas os valores devem ser confirmados ao longo de várias
consultas antes de se poder diagnosticar a presença de hipertensão numa
criança. Durante a infância, a pressão sanguínea aumenta em proporção
com a idade e, nas crianças, define-se como hipertensão a pressão
sanguínea média sistólica ou diastólica que seja em três ou mais
medições igual ou superior ao
percentil
95 de acordo com o sexo, idade e altura da criança. Define-se como
pré-hipertensão a pressão sanguínea média sistólica ou diastólica igual
ou maior do que o percentil 90, mas menor que o percentil 95. Nos
adolescentes, tem sido proposto que o diagnóstico de pré e hipertensão
seja realizado com critérios iguais ao dos adultos.
- Recém-nascidos e bebés
A ocorrência de hipertensão em
recém-nascidos
é rara, ocorrendo apenas entre 0,2 a 3% dos indivíduos, e a medição da
pressão arterial não faz parte dos exames de rotina. A hipertensão é
mais comum em recém-nascidos de alto risco. Na determinação da pressão
normal em recém-nascidos, devem ser levados em conta outros factores
como a
idade gestacional e o peso à nascençaSegundo a sua
fisiopatologia, a hipertensão é classificada em dois tipos. O primeiro, a
hipertensão arterial primária
(essencial ou idiopática) que significa que a elevada pressão sanguínea
não tem causa médica identificável, correspondendo a 90 a 95% dos
casos. Neste tipo de hipertensão, existe uma tendência familiar
acentuada mas, como em muitas outras doenças, ainda não se pode falar de
hereditariedade. Os restantes cinco a dez por cento correspondem ao
segundo tipo, a
hipertensão arterial secundária, que é provocada por outros transtornos que afetam os
rins, as
artérias, o
sistema endócrino ou ainda por iatrogenia fonte
http://pt.wikipedia.org/wiki/Hipertens%C3%A3o_arterial